O filme “As Melhores Coisas do Mundo” (Brasil, 2010) de Laís Bodanzky (Bicho de Sete Cabeças e Chega de Saudade) inicia como uma novela teen aparentemente rasa.
Cada nova cena, porém, assim como cada dobra de um origami, revela um aspecto novo e uma profundidade impensada num primeiro golpe de vista. Isso porque o universo adolescente vai se mostrando conteúdo de um vazio que os outros atribuem a ele.
O personagem principal da trama é Mano (Francisco Miguez), um adolescente de 15 anos que se vê às voltas com vários problemas, como a separação dos pais (Denise Fraga e Zé Carlos Machado), a revelação da homossexualidade do pai, a pressão dos amigos para que ele perca a virgindade e o amor não correspondido.
Laís Bodanzky consegue transmitir com naturalidade todos esses dilemas da adolescência, ao mostrar como as coisas são sentidas intensamente por eles, como um fora assume dimensões violentas a ponto de levar (à tentativa) de suicídio – tanto hoje quanto no tempo do Werther de Goethe.
E as novas tecnologias só contribuem para transformar um inferno pessoal num inferno público. O cyberbullying, então, é face de uma violência tanto simbólica quanto física.
A diretora não economiza em belas cenas, como a
Alguns truques de montagem também merecem destaque. É o caso da cena
O filme peca, contudo, pelas atuações. Com exceção dos veteranos, aqui representados pela excelente interpretação de Denise Fraga, os demais atores têm atuações modestas.